A depressão é uma doença grave que atinge grande parte da população e é uma das principais causas de incapacidade no mundo todo. Essa enfermidade pode se apresentar de algumas formas diferentes e, muitas vezes, as pessoas não percebem que estão com depressão, adiando seu diagnóstico.
A depressão pode apresentar vários sintomas, alguns físicos e outros psicológicos. Os sintomas físicos incluem cansaço, falta de ânimo ou energia, excesso de sono ou insônia, choro frequente, falta de apetite ou apetite aumentado e problemas psicomotores como agitação ou apatia. Os sintomas psicológicos incluem sentimento de tristeza quase todos os dias, falta de prazer em atividades que antes eram prazerosas, sentimento de culpa, irritação frequente, falta de esperança no futuro, pessimismo generalizado, pensamentos de morte e de suicídio, problemas de memória e dificuldade de concentração.
Porém, a pessoa pode apresentar sintomas que normalmente não conectamos com depressão, como é o caso da agressividade, irritação e mudanças de comportamento. Adolescentes, por exemplo, podem apresentar esses sintomas de depressão, que podem ser confundidos como características próprias da idade. Nos Estados Unidos, alguns estudos mostram que até 10% das meninas e 3% dos meninos entre 10 e 19 anos sofrem de depressão; no Brasil, essas porcentagens podem ser maiores ainda.
Crianças também sofrem de depressão e muitas vezes a enfermidade não é reconhecida, pois temos dificuldade em acreditar que uma criança possa ter depressão. Na criança, a depressão pode estar presente quando ela apresenta pesadelos, choro e medo de ficar sozinha, ansiedade de separação, criança muito quieta e sintomas físicos, como dores de barriga e cabeça, pois a criança não sabe expressar suas emoções com palavras.
Outra situação que dificulta o diagnóstico da depressão é que essa enfermidade pode ser insidiosa, começando com sintomas leves que vão aumentando de intensidade e frequência. Pode chegar um momento em que a pessoa apresenta muitos sintomas, mas como eles foram aumentando aos poucos, ela acredita que são normais para ela e não reconhece que tem depressão.
A depressão pode ocorrer uma única vez na vida ou de forma recorrente, em vários episódios separados ao longo dos anos. Ou a depressão pode estar presente durante toda a vida adulta de uma pessoa, com sintomas leves, mas persistentes, principalmente desânimo, falta de prazer nas atividades ou tristeza, que podem ser mais fortes de manhã e que melhoram com o passar do dia. Outra apresentação da depressão é quando a pessoa apresenta um período de depressão intercalado com um período de sintomas totalmente opostos (sensação de bem-estar, euforia e excesso de energia e criatividade), que é o caso do transtorno bipolar.
Todos nós podemos ter momentos de desânimo, irritação ou tristeza, relacionados ou não com eventos da nossa vida, doenças, TPM, separações, perdas e mudanças de fase da vida (como adolescência, casamento, filhos saindo de casa e aposentadoria). A maior diferença entre esses sintomas e os sintomas da depressão é a duração, pois sintomas passageiros duram alguns dias, enquanto na depressão os sintomas duram de duas semanas até vários meses.
Essas diferentes formas de apresentação da depressão dificultam o diagnóstico porque as pessoas não reconhecem que estão doentes e, por incerteza ou vergonha, não procuram ajuda profissional. Mas os profissionais de saúde sabem identificar a depressão facilmente, desde que a pessoa se apresente para uma avaliação e relate a presença desses sintomas.
Assim, se você, ou alguém que você conhece, apresenta alguns desses sintomas e eles não estão passando em alguns dias, busque uma avaliação, que deve ser feita por um médico, psicólogo ou psiquiatra. A boa notícia é que todos os tipos de depressão têm tratamento, que diminui os sintomas e melhoram a qualidade de vida; ninguém precisa sofrer dessa enfermidade sem tratamento. Reconhecer que existe um problema é o primeiro passo para resolver esse problema, então, não tenha medo ou vergonha, busque ajuda e livre-se da depressão.
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